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26 de dez. de 2011

Parque de sonhos


Alguém disse que a lua nasce por de trás da serra avisando que a noite chegou e que as luzes das casas se apagam dizendo que o dia acabou.

Aqui a noite chega quando as portas das lojas abaixam e os cobertores agasalham as calçadas. Nele crianças adultas, Adulteradas transam em busca de proteção ou medo.

Eufóricas pela chegada da noite, embaladas pela cola e o crack brincam de ser criança, correm descalças no imenso quintal que descansa dos carros.

Na noite são Reis, Princesas e Rainhas ou simplesmente crianças. Protegidas pela escuridão arreganham os dentes e dançam, correm de braços abertos como se quisessem agarrar no ar seu direito de sonhar.

E giram, como se o mundo fosse um grande parque, rodopiam até que seu corpo exausto caia procurando no outro acalanto para o frio, dividindo com tantos um único pedaço de pano sobre o chão.

Dormem agarrando uns aos outros, colados na tentativa de transformar-se em um único corpo.

Dormem até que a luz do dia venha acompanhada das botinas e esguichos d’agua, avisando que a realidade chegou.

Outubro/2011
Luciana Santos

Novela Kassab - nem Maquiavel entende



(Diante da situação que não se altera, desta novela que permanece atual, resolvi não escrever outro texto, mas apenas reeditar este. Alterando não seu conteúdo, mas o tempo em que se passa. Escrevi este texto no final do carnal do ano passado. Hoje estamos as vésperas de um outro, e infelizmente sem mudanças significativas)
13/02/2012
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A novela Kassab continua, no entanto cada capítulo traz não apenas expectativas quanto o seu desenrolar, mas também perplexidade em relação ao elenco deste drama, um quadro de atores que cresce a cada dia.
A cada cena, diferentes possibilidades ao destino de seu protagonista. No entanto, o desfecho é sempre o mesmo. É o povo levando... na sua ...
Atualmente estamos entrando em mais um período de carnaval, nada poderia ser mais propicio para representar esta situação que um momento de fantasia, de troca de identidades, de brincar de personagens.
O mesmo ocorre no cenário político da Cidade de São Paulo, os palhaços e foliões que me perdoem. Mas é uma grande palhaçada.
Não importa em  qual partido o Sr.º Kassab esteja, seja novo ou velho, seja de direita ou de esquerda, ainda será o mesmo discípulo de Maluf, de Serra e Alckmin, ainda terá sucateado os equipamentos públicos, fechado serviços essenciais a população carente, cortado verbas e aumentado de forma absurda  a passagem de ônibus.
E agora, neste novo capítulo, temos a higienização da Cracolândia e desalojamento de centenas de famílias, em nome da Especulação Imobiliária.
Ainda teremos uma São Paulo afogada nas enchentes, e crianças perambulando nas ruas, enquanto projetos e serviços têm seus convênios encerrados com a Prefeitura, como os CEDECAs – centro de defesa da Criança e Adolescente.
Impossível esquecer qual tipo de politica se destina esta gestão, que  permeia toda ação deste prefeito. Cidade Limpa?  Limpa de que? De quaisquer pobres?
Mas de tudo, o que mais me assusta, são as alianças que despontam no cenário político, pessoas e partidos que parecem viver uma crise de identidade, ou seria dupla identidade? Ainda tento acreditar na primeira alternativa, a da crise.
Será que se esqueceram do tempo em que mobilizam e saiam às ruas denunciando os abusos e o descaso desta gestão para com a população paulistana?
Hoje discutem entre seus quadros a possibilidade de unir-se aquele que foi "alvo" de seus ataques, e que continua desenvolvendo uma politica de descaso e negligência.


Estratégias necessárias, é o que ouço como justificativas para esta aliança.
Mas não há estratégia que justifique tal posição. É demais até para Maquiavel, é pensar nos “meios” esquecendo-se de quais são os “fins”, é fazer política pela política.
Luciana Santos

Inclusão a qualquer custo: custa caro



Falar de Inclusão não é uma tarefa fácil, entramos em diversos pontos que geram polêmicas, principalmente quando está relacionada à educação. Mas entre todas as divergências suscitadas temos um ponto de convergência, a criança, que é a mais penalizada.

Vivenciei o cotidiano da inclusão escolar por dois anos, em uma escola pública na Cidade de São Paulo, EMEF – Escola Municipal de Ensino Fundamental, atuando pelo CEFAI[1], como estagiaria de pedagogia enquanto desenvolvia uma pesquisa pelo CNPq[2], cujo objetivo era refletir e analisar as relação da escola dentro do SGDCA[3].
Durante este período constatei que somos cobaias de um grande experimento, que é a inclusão nas escolas regulares. Esclareço que não sou contra a inclusão. Sou contra o que tem ocorrido nas escolas, sou contra transformar educandos em números que desfilam em relatórios e sensos.
Estarei abordando aqui a Inclusão “clínica”, lembrando que há diferentes tipos de inclusão, como os educandos que se encontram em vulnerabilidade social. Mas no que se refere as Políticas Públicas,  apenas os casos clínicos têm sido considerados inclusão. Lembramos que cada educando tem necessidades específicas e aprendem de forma diferente, precisando de orientação e apoio, o que não ocorre, este é um problema que vai além dos portões da escola.
Não quero aqui defender a escola, mas é preciso refletir de como a inclusão vem sendo realizadas, como foi imposta aos espaços escolares, e quais condições  são oferecidas à equipe escolar, e quais seriam necessárias para se desenvolver um trabalho de qualidade.
Cobram dos professores que busquem formação adequada para que estejam aptos a trabalhar com as diferentes necessidades que surgirem na sala de aula. Claro que é necessário, mas não suficiente, além da formação do educador é preciso outras ações integradas que garantam não apenas o acesso à escola, mas permanência e condições para o desenvolvimento destas crianças.
Ter estes educandos matriculados na escola regular foi uma conquista, têm todo direito de estar ali, e devem ser preparadas para que possam participar do cotidiano escolar e ser inseridos de fato na sociedade, sua matrícula na escola regular é um direito e um ganho para todos nós. Mas não da forma como vem ocorrendo.
O que vejo é o descumprimento das leis, como do artigo 3º do ECA[4], que lhes assegura “(...) todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.” Simplesmente jogam a criança no espaço escolar sem garantir a ela todos os serviços  e atendimentos necessários ao seu desenvolvimento pleno.
A escola faz parte do conjunto de direitos da crianças, mas necessitam de muito mais. No processo de aprendizagem o professor é uma peça chave, tem a função de observar e pesquisar sobre as diferentes formas para auxiliar o educando em seu processo de aquisição de conhecimento, deve descobrir diferentes formas para estimular sua curiosidades e interesse, compreendendo suas necessidades específicas, adaptando o conteúdo a estes meninos (as).  Mas sabemos que as necessidades dos educandos de inclusão superam a especialidade pedagógica, pois cada caso requer um conhecimento específico aprofundado.
Devemos lembrar que a cada ano passam pelo professor diferentes casos de inclusão. Impossível para qualquer ser humano adquirir neste curto período o conhecimento aprofundado e necessário para se trabalhar plenamente com o educando de forma eficaz.
O que fazer diante desta realidade, recuar? Retirar estas crianças das escolas regulares?
Claro que não. No geral, a criança de inclusão clínica pode e deve conviver com outras crianças e participar das atividades escolares. Mas sem negar suas  necessidades específicas, precisam de  atendimento e acompanhamento externo e que este acompanhamento ocorra em um constante dialogo com o professor, orientando e auxiliando em seu trabalho pedagógico.
E este atendimento específico esta assegurado por lei, no artigo 11º do ECA.
Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei nº 11.185, de 2005)
§ 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência receberão atendimento especializado
Também é fundamental termos consciência que a escola regular nem sempre será adequada ao educando, principalmente nos anos iniciais, onde a criança requer atenção e cuidados maiores. Pode precisar , sem, de um espaço especializado que substitua o ensino regular e/ou o complemente.
E o artigo 54 do ECA, prevê esta possibilidade.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
É importante compreendermos que ninguém é igual a ninguém, cada um de nós tem necessidades diferenciadas. E este discurso que afirma que devemos tratar as crianças de inclusão igual às crianças “normais”, é uma forma de negar seus direitos e oportunidades, é fortalecer sua exclusão.
Tratar igual é respeitar as diferenças sem negligenciar suas necessidades.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.



[1] Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão 
[2] Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
[3] Sistema de Garantia dos Diretos da Criança e Adolescente
[4] Estatuto da Criança e do adolescente

Luciana Cavalcanti


Balde de água fria


Postado em- 01/04/2011
no Blog Palavras na pele 2 (excluído)


É incrível a contradição em que vivemos.


Como militante de esquerda, não posso negar o avanço tivemos nos últimos anos, muito se fez e conquistamos. Porém, entre tantas conquistas e avanços, acabamos sempre esbarrando nos retrocessos, na perda de direitos e conquistas, onde é sempre o povo que se prejudica.

Tenho acompanhado a luta por transparência, acesso a cultura e principalmente a seus meios de produção, seguindo em direção ao que é de fato a democratização da cultura, valorização e reconhecimento do povo como sujeito cultural.

São estas atitudes que nos faz ter orgulho de sermos  brasileiras (os) e militantes. Pena que há sempre um “balde de água fria pronto a ser jogado em nossas cabeças”, pior, pelas mãos daqueles que acreditamos compartilhar das mesmas ideias e lutas.

Primeiro: depois de tantos embates para tornar a lei Rouanet mais transparente e justa, temos a autorização de captação de recursos de 1,3 milhão do MINC – ministério da Cultura, para a criação de um BLOG, autorização dada a cantora e compositora Maria Bethânia. Claro que dão diversas justificativas (http://www.atardeonline.com.br/cultura/noticia.jsf?id=5699660;  http://info.abril.com.br/noticias/internet/maria-bethania-tera-r-1-3-mi-para-criar-blog-16032011-7.shl), mas não há nenhuma que realmente “justifique”.

Afirmam que a verba não ser ‘disponibilizada pelo governo, pois será fruto de captação nas empresas. Mas o que eu é esta capitalização, que não imposto que seria recolhido? De fato acreditam na “inbecialização do povo”.

Diante deste valor absurdo temos o corte orçamentário de 55% no ministério, que afetará diversos projetos, como os Ponto de Cultura, que segundo Celio Turino é “uma política pública estruturada para fomentar o protagonismo da sociedade e da autonomia

Como um governo que tem origem popular, eleito pela maioria que acreditou na continuidade de um programa que tratava o povo com respeito, privando pela sua dignidade e autonomia, pode vir com propostas de mentalidade burguesa e antidemocrática?

15 de nov. de 2011

Riscos e Rabiscos



Escrevo soltando o grito que escorre da ponta do lápis, que borracha alguma irá apagar.

Não há gramatica recalcada que me faça desistir, nem ouvidos moucos que me desanimem.

Enquanto tantos insistem em usar maquiagens, escrevo o que vejo.

Prefiro a nudez à fantasia medíocre dos hipócritas.

Não busco rimas para disfarçar o mau cheiro do abuso e da exploração

Nem flores para enfeitar o parco defunto de uma democracia há muito perdida.

Não há como disfarçar as armas apontadas de uma policia ainda milícia, contra aqueles que insistem em sonhar por uma democracia real.

Nem como apagar as marcas nas calçadas de crianças arrastadas pelo descaso, acordadas aos solavancos e gargalhadas, por botinas e fardas condecoradas.

Não há como esquecer os rostos marcados e olhos cabisbaixos escondidos nas mãos calejadas, nem os corpos cansados exaustos de uma jornada sem fim.

Não há palavras que traduzam a realidade bruta

Nem silencio que a esconda.

Luciana Santos
15/11/11

20 de mar. de 2011

A voz que me guiava


auto de Gustave Courbet (1819-1877),  ` o homem desesperado
Maldito seja por ter me traído!
Como pode?
Não compreendo, entreguei-me por completo, acreditei em suas palavras.
Sem resistência seguia cada conselho, cada sugestão tua.
Todos os dias eram sempre iguais, não respirava antes de escuta-lo, acordava e me deitava com tua voz.
Até os meus sonhos e desejos mais secretos eram guiados por você.
Bem que me avisaram.
Disseram que você mentia, que minha devoção era absurda e burra.
Mas como poderia acreditar em tais palavras, se era você o único que me compreendia, que decifrava meus desejos e dizia o que eu queria ouvir.
Duvidar de você seria duvidar de mim mesma, já que tuas palavras eram réplicas do meu pensamento, seria como supor ser traída por mim mesma.
Eu jamais me trairia!
Por quantas vezes rompi com amigos e namoros por tua causa? Ouvi deboches, zombavam de mim.
Mas não, eu não me importava, porque sabia que quando voltasse para casa você estaria lá, para me dizer uma palavra de consolo, como um afago à minha dor, e no dia seguinte ao me levantar, novamente poderia contar com seus conselhos, assim poderia sair para meu trabalho sem preocupar-me com adversidades e acidentes.

Poderia tranquilamente continuar a guiar minha vida, guiada por você, por TUA VOZ. Assim repetiam-se os dias, até que como num pesadelo descobri estar sendo enganada.
Como pode?
Como pude ser tão burra?
Deixei que zombassem de mim por acreditar nas palavras que saiam de ti, duvidei de todos, até que não pude mais negar.
Por caridade ou maldade, me apresentaram a verdade e meus olhos viram o que meus ouvidos se negavam a escutar.
Descobri que era falsa a voz que guiava meus dias, dizendo as palavras mágicas: você deve, você pode, você é capaz, ou, vá, fique, recue, continue, tente você vai conseguir.
Descobri que fui traída e iludida, que você não e verdadeiro, como pude acreditar em você?
Agora esta voz me diz que a tua é falsa, que não passa de um CHIP em uma máquina de mensagens esotérica, programada para ir ao ar todos os dias, no mesmo horário e na mesma estação.
Assim enganar pessoas tolas como eu, que se deixa guiar por um rádio qualquer.
Fui traída por quem acreditei que jamais me trairia.
Meus ouvidos.
Luciana Santos
Maio de 2005


1 de mar. de 2011

Concordância Real


Confusões de palavras,
Vocabulários tendenciosos,
Tudo ilusão.
Não passam de regras construídas,
Por gente perdida,
Que precisam de normas para ter direção.

Gente burra,
Não sabe o que é a vida,
Mas se acham cultas,
Por fazer rimas com perfeição.
Mas se perdem na leitura da vida,
Quando o que precisam,
É enxergar o que está diante do seu nariz.

Lembram-se das crases,
Figura DA Net
Das vírgulas,
Mas se esquecem das barrigas vazias.

Buscam nos dicionários
Palavras corretas,
Bonitas,
Mas não olham nas esquinas,
As crianças perdidas.

Intelectuais procuram palavras difíceis,
Para expressar o que não sabem dizer.
Mas seus discursos vulgares,
Pagos!
Não apagam a fome de ninguém.

Quando se trata de injustiça,
Nem a construção perfeita,
Na mais bela poesia,
Traduz a dor de alguém.

Não há palavras que corrijam,
Os olhos “cegos” da justiça,
Nem vocabulário que amenize,
A discordância nominal,
Verbal,
Da desigualdade real.


Luciana Santos

11/06/2006


24 de fev. de 2011

Olhar de Fogo

Imagem da Net

Só os loucos poderão compreender-me.
Pois possuem a sabedoria dos que são livres.
Cometi um ato Consciente de Loucura,
Entreguei-me sem pudor e sem reservas.
Amei.
Por um momento,
Mas amei.
Entreguei-me sem limites
Ao cavalheiro de olhar de fogo.

E na arena dos deuses
Travei luta sem igual.
Digladiei com a força de Hercules
E com a benção de Afrodite,

Coxas,
Braços
E bocas,
Confundiram-se
Na loucura.

Jogos e brincadeiras,
Atitudes adiadas
Enfim concretizaram-se,
E o tempo parou
Apreciando o inevitável.

Luciana Santos
Setembro/2004
revisada à 09/11


11 de fev. de 2011

Mulher



Sou Ana, Bruna ou Maria,
Sou madalena,
Mas nunca arrependida,
Beatriz, Catarina, Lucia ou Dara
Sou Joana Darck
Queimada na fogueira.

Eva em busca da liberdade,
Anjo, demônio,
Sou o fogo que aquece,
E a água que refresca.
Tenho a força da terra
Que gera vida e que enterra.

Sou como o vento que sopra
Secando o suor de quem trabalha.
Como o furacão que arrasa e o grito que silencia.
Sou o carinho no rosto de quem se ama,
E a lagrima de quem sofre.

Sou tantas
E quantas for preciso
Mãe, irmã, tia, avó e sobrinha,
amante e amiga.

Todas
Em uma só reunida

            Luciana Santos
03/2009

5 de fev. de 2011

Coração Roubado



imagem da net

Caminho em direção ao nada em busca de tudo.
Olho os rostos que cruzam meu caminho,
Semblantes carregados do vazio que me acompanha.


Percorro o caminho que não tracei,
Esbarro no acaso que me arremete ao que sou.
Sou anjo jogado na terra
De asas arrancadas,
Pela vingança dos Deuses irados.

Me chamam de Eva,
Senhora do pecado.
Sou fêmea,
Tive meu coração arrancado
Pelas mãos de um carrasco.
Hoje saio em busca do cálice perdido,
A taça sagrada que carrega o líquido
Que me devolverá o coração roubado.

Sou tantas,
Sou única,
Guerreira insana,
Provoco os Deuses
Com a brincadeira profana.

Sou bicho,
Sou mulher,
Busco sonhos,
Busca a dor,
Naquilo que sou.




Luciana Santros

16 de jan. de 2011

Sensações

Sou a incógnita no olhar,
Carrego as dores e a velocidade da vida nas marcas do meu rosto,
Tenho todos os sentimentos colecionados e guardados na mala da minha existência.
Sou a tradução exata das incertezas que nenhum dicionário explica,
E a força da lagrima que queima a pele correndo nas curvas do tempo.
Em mim tudo se nega e se busca,
Sou o medo,
O caso do acaso,
E o desejo do corpo pelo corpo ao lado.
Sou o sorriso perdido no lábio após o beijo,
A besteira feita,
O riso e a gargalhada.
Sou a mentira que acaricia e a verdade que machuca.
Sou o pensamento que te cerca.


Luciana Santos
16/01/2011