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15 de nov. de 2011

Riscos e Rabiscos



Escrevo soltando o grito que escorre da ponta do lápis, que borracha alguma irá apagar.

Não há gramatica recalcada que me faça desistir, nem ouvidos moucos que me desanimem.

Enquanto tantos insistem em usar maquiagens, escrevo o que vejo.

Prefiro a nudez à fantasia medíocre dos hipócritas.

Não busco rimas para disfarçar o mau cheiro do abuso e da exploração

Nem flores para enfeitar o parco defunto de uma democracia há muito perdida.

Não há como disfarçar as armas apontadas de uma policia ainda milícia, contra aqueles que insistem em sonhar por uma democracia real.

Nem como apagar as marcas nas calçadas de crianças arrastadas pelo descaso, acordadas aos solavancos e gargalhadas, por botinas e fardas condecoradas.

Não há como esquecer os rostos marcados e olhos cabisbaixos escondidos nas mãos calejadas, nem os corpos cansados exaustos de uma jornada sem fim.

Não há palavras que traduzam a realidade bruta

Nem silencio que a esconda.

Luciana Santos
15/11/11

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